História da Real Ordem de Santa Isabel

1801

A Real Ordem de Santa Isabel foi instituída em 1801, pelo príncipe regente D. João, em nome da Rainha D. Maria I e teve como primeira Grã-Mestre a Princesa Carlota Joaquina, que atribuiu a condecoração a Damas portuguesas, espanholas e brasileiras, distinguidas por serviços prestados à Coroa e a obras de Benificiência.

1910

Continuou a existir depois da implantação da República, em 1910, por ser uma Ordem Dinástica da Casa de Bragança e não uma Ordem do Estado.  A Rainha D. Amélia conferiu a Ordem à sua sobrinha, a Princesa D. Maria Francisca de Orleans e Bragança, por ocasião do seu casamento com o Chefe da Casa Real portuguesa, D. Duarte Nuno de Bragança.  A Rainha D. Augusta Vitória, mulher do último Rei de Portugal, D. Manuel II, foi a última Grã-Mestre desse período, tendo-se seguido várias décadas sem funcionamento.

2002

Em 2002, a Real Ordem de Santa Isabel foi restaurada pelo Chefe da Casa Real portuguesa, Senhor Dom Duarte de Bragança, tendo como Grã-Mestre a sua mulher, Senhora Dona Isabel, Duquesa de Bragança.

A Rainha Santa

D. Isabel de Aragão nasceu a 4 de janeiro de 1271 e era filha do rei Pedro III de Aragão. Casou-se com D. Dinis, rei de Portugal, de quem teve 2 filhos: D. Afonso IV e D. Constança. Depois da morte de D. Dinis, recolheu-se no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha em Coimbra, tendo vestido o hábito da ordem das Clarissas. Morreu em Estremoz a 4 de julho de 1336.  Foi canonizada em 1625, pelo Papa Urbano VIII.

O episódio mais conhecido da sua vida é o Milagre das Rosas. Segundo a lenda, a Rainha terá saído do Castelo de Leiria, numa manhã de inverno, para distribuir pães aos pobres.  Surpreendida por D. Dinis, que não aprovava os seus permanentes gestos de caridade e lhe perguntou o que levava no regaço, D. Isabel terá respondido: “São rosas, Senhor!”.  D. Dinis indagou com desconfiança  “Rosas, em Janeiro?”. Ao abrir as vestes para mostrar o conteúdo do seu regaço, apareceram rosas, ao invés dos pães que tinha ocultado.

Da sua vida, o que mais chama a atenção é o desejo de conciliar as pessoas desavindas.  A primeira vez que contribuiu para uma reconciliação foi durante a sua infância, entre o seu pai,  D. Pedro e o seu avô D. Jaime, que não se falavam.  Os modos delicados de Isabel cativaram tanto o pai como o avô, e ambos, pelo comum amor que dedicavam à Infanta, foram amenizando as suas relações e encurtando o distanciamento que se tinha gerado entre eles. Mais tarde viria a aproximar dois irmãos: Dinis, seu marido e o irmão mais novo deste, Afonso. Em diversas ocasiões ao longo da sua vida, D. Isabel iria interceder pela paz entre os irmãos e o Infante D. Afonso ficou sempre muito reconhecido à cunhada pelo seu papel pacificador.

Santa Isabel teve também grande intervenção pacificadora na política internacional.  Interveio em 1292 nas contendas políticas entre o seu marido e o rei de Castela, relativas ao casamento de sua filha com o filho de Sancho IV de Castela. Em 1297, ajudou D. Dinis a fixar as fronteiras entre Castela e Portugal, no Tratado de Alcanizes, as quais perduram praticamente no mesmo local até aos dias de hoje, tendo este tratado sido formalizado também com a chancela de D. Isabel.  Interveio ainda nos conflitos entre os Reinos de Castela e de Aragão, entre 1300-1304. Mais tarde, em 1317, enviou embaixadores à Sicília e a Nápoles, exortando os dois reinos à paz e rogou ao Papa que os levasse à concórdia, tendo conseguido atingir esta finalidade.

Imagem: Isabel de Aragão (Rainha Santa Isabel)
Aguarela de Alberto de Souza (1911)

Reprodução do Sermão da Igreja de S. Roque, de 1805

Clique e visualize a Reprodução do Sermão da Igreja de S. Roque, de 1805, sobre a Instituição da Real Ordem de Santa Isabel.

Sermão